Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

sábado, 28 de maio de 2011

Duro é esse discurso...



Voltando ao estudo da língua e da linguagem que passa pela história e pela cultura – ou seja, pelos contextos, à análise do discurso.
Analisemos as palavras diabo e satanás. Difícil, não é mesmo? Todos temos pavor dessas palavras. Herança dos antigos que personificavam aquilo que não entendiam e que não conseguiam explicar, tais como os fenômenos da natureza e as atitudes dos homens.
Assim, herdamos dos gregos e dos romanos e, indiretamente, de todos os povos pagãos, já que o conquistado absorvia a cultura do conquistador a cultura dos nossos ancestrais até judeus (cristãos novos), se nossos sobrenomes são lima, oliveira, pereira, maciel (de macieira) etc.
Até hoje é assim, nós, povo colonizado pelos portugueses, invadido pelos franceses e holandeses, debaixo do domínio espanhol por setenta anos por conta dos portugueses. Dominados pelos franceses por conta de Napoleão, pelos africanos por conta do comércio de escravos e, mais tarde, ou concomitantemente, pelos ingleses e americanos por conta do imperialismo inglês e, depois, americano, adquirimos uma cultura mista e esquisita. Sem identidade e muito nova, se compararmos com a Europa e com a Ásia. Uma cultura de 511 anos não é lá essas coisas. E, por fim, se formos descendentes dos índios, então, possuímos cultura milenar.
Somos uma mistura de tudo isso. Sem querer justificar porque somos assim, tão egoístas e em formação (somos bebês que necessitam de disciplina, que necessitam de limites e de educação), mas órfãos desde que foi proclamada a independência e de que foi instaurada a república (não entrando nos meandros de como isso aconteceu, longa história), andamos perdidos por aí, de dar raiva e dó, em busca do Pai.
Bem, feita a digressão, vamos ao que interessa.
Acostumados à personificação, tememos, metonimicamente, tanto o nome quanto a coisa. Ou melhor, tememos saber o que o nome significa por causa da coisa que representa.
A palavra satanás significa adversário, inimigo de Deus. O diabo, vosso adversário, anda ao derredor, buscando a quem possa tragar (1 Pe. 5:8). Caluniando diante de Deus – Jó 1 e 2: 1 a 7 –  e nos nossos pensamentos, ele busca nos destruir.
A palavra diabo significa caluniador, difamador – Rm 1:30  e Tito 2:3 – “diabolós”, é assim que se escreve caluniador em grego.
O melhor exemplo de uma pessoa que se tornou um satanás e um diabo para um amigo foi Judas Iscariotes. Adversário e caluniador, Lc.22:3. Traidor, ladrão e caluniador, vendeu o amigo por dinheiro. Participou de todos os milagres, sinais e maravilhas. Ouviu tudo o que Jesus ensinou, contudo preferiu a fama e o dinheiro. Político, fez uma média com os fariseus e com o sumo-sacerdote.
Quando difamamos ou caluniamos alguém, ou seja, quando falamos mal de uma pessoa quer amiga ou conhecida, e isso é escrito em grego, a palavra usada será “diabolós.
Para Deus, só existe uma língua e uma linguagem. As variações linguísticas, que conhecemos, só existem no planeta terra e entre os homens. Entre os animais, também, não existem, repare o gato ou o cachorro – a transcrição fonética humana para a linguagem dos animais, seja aqui ou na China, será um miado ou um latido: miau ou auau. As mesmas raças possuem a mesma linguagem. Explicação pra isso: árvore do conhecimento do bem e do mal e Torre de Babel (torre da confusão) em que lemos soberba, inimizades, idolatria, disputa de territórios, guerras e assim por diante.
Jesus veio reconciliar todas as coisas e nos deixou o ministério da reconciliação falando a mesma língua e usando a mesma linguagem do Pai:  o AMOR.
Quando cremos, Ele esquece de toda a confusão e nos dá de comer do fruto da vida. Passamos a existir novamente. Saímos da mentira do adversário e entramos na verdade.
Se, por acaso, errarmos, se nos transformarmos em satanás e em diabo, Deus lê o sangue do Cordeiro em nós, porém no momento em que errarmos nos tornaremos em adversário ou diabo. Inimigos ou caluniadores, ou os dois, nos tornamos satanistas. Dessa forma, o perdão é essencial – perdoarmos os nossos devedores assim como o Pai perdoou as nossas dívidas. O perdão é a chave do Reino tanto para o ofendido quanto para o ofensor.
Jesus deu as chaves do Reino para Pedro, olhando olho no olho, ele estava dizendo -  eu perdôo e eu esqueço, entregando a mesma responsabilidade que possuía para ele, seu reino. A conversa de Jesus com Pedro possui um significado muito mais profundo do que podemos imaginar. Pedro, também, foi um satanás e um diabo, um satanista – seguidor de satanás -  quando negou a Jesus. Jesus não o condenou, ele transformou Pedro num aliado (seu primeiro aliado), transformou-o em amigo e em possuir das chaves que permitiriam que entrasse e saísse do aprisco a fim de que muitos pudessem entrar também. A pedra, que os fundadores rejeitaram, passou a incumbência a outra pedra (Cefas).
Só quem esquece de verdade é capaz de confiar a ponto de dar a chave de casa para que uma pessoa, antes inimiga, possa cuidar.

Agora, falando de mim. No dia em que eu voltar a confiar na pessoa (ou nas pessoas) que me traiu, que me caluniou e que me rejeitou (negou), então, sim, aconteceu o perdão de coração, porque a todo momento somos ofendidos. Até lá, continuo tentando, ainda estou varrendo a casa, porque perdi a dracma.  Entretanto, não quero perder a chave da minha casa, sem ela, poderei me tornar adversário e caluniador, personificação daquilo que odeio. Afinal, são setenta vezes sete, as vezes que tenho de perdoar. Um jubileu de perdão e de esquecimento de dívida – Lv. 25: 8 a 10.
Quanta alegria, quanto JÚBILO, quando há arrependimento e esquecimento, devolução e libertação. Aos doutores da "Cura e Libertação", peço licença - Restituição sem modismos.
Aqui fiz uma analogia com a parábola da dracma perdida de Lc 15: 8 a 10, trocando-a  pela chave.  Possuo muitas dracmas, mas a dracma-confiança é essencial; sem ela, todas as outras perdem o valor. Quero achar a chave e tornar a emprestá-la aos mesmos que fizeram com que eu a perdesse, embora  saiba que existam situações que são irreversíveis, pois mesmo tendo a terra de volta, saberei que ela foi cultivada por muitos outros.
Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. 

4 comentários:

  1. Tenho certeza de que logo vc encontrara a dracma pq ama o Senhor e deseja sinceramente agrada-lo por causa do amor que sente. Sera mais um motivo para eu te admirar e agradecer a Deus pelo modelo de crista que preparou para inspirar quem esta neste mundo tenebroso - como eu!

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  2. Perdão em Hebraico é soltar, deixar livre, libertar.Cabe tambem Hebreus 12:15.Aprenderemos a não pisar a cana trilhada, enquanto isso não acontece, que o amor entre nós seja o suficiente.Saudades de vcs.
    Sidney

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  3. O que posso dizer senão o que já foi dito: "Duro é esse discurso..."
    Enquanto aguardamos Deus realizar o que não podemos, continuamos crendo n'Ele e orando.
    Abraços,
    Rosana.

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  4. Um coração quebrantado e contrito o Senhor não despreza, tenho certeza, que o seu é repleto do amor do Pai.....Ele abre a ferida e cura....Tudo tem um tempo determinado....Você é uma benção de Deus. Abs Marco Frizzo

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