Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

domingo, 1 de abril de 2012

Jesus - herói greco-romano ou Rei dos Reis



Muitas vezes, nossa noção de Deus se confunde com a noção do herói Odisseu, Aquiles ou, até mesmo, com a do próprio Zeus.
Quando não, confundimos Jesus Cristo, o Salvador Ungido com um ídolo para o qual nos voltamos, a fim de pedirmos algo, requerendo de nós sacrifício.
Na civilização ocidental o conceito de deus se confunde com o conceito de herói, na medida em que ele é o vencedor que ganha os louros ao fim da competição.
O conceito de deus-ídolo é muito forte, pois o Imperador Constantino, quando, por razões políticas, oficializou o “cristianismo” marcou a ferro no povo que um deus deveria possuir um templo que exigiria  sacrifício de obras para o merecimento da  salvação.
Jesus quebrou tanto o paradigma judeu, que esperava o messias libertador da opressão romana, quanto o greco-romano que exigia um rei soberbo e tirano – um herói aos moldes sanguinários das conquistas realizadas por cada império que se instalou no Oriente Médio, isto é, na Mesopotâmia.
Nessa época da Semana Santa em que as pregações girarão em torno da morte e da ressurreição, seria conveniente que soubéssemos que o Mestre, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores não teve por usurpação ser igual a Deus, mas humilhou-se, fazendo-se homem e enfrentando a morte na cruz (a pior da época) para mostrar que no Seu Reino, o maior é o que serve e o que dá a vida pelos amigos, Filipenses 2.
Impossível para nós, cidadãos ocidentais, entendermos que não necessitamos fazer nada para herdarmos o Reino, a não ser crer – Não é por obras para que ninguém se glorie, Efésios 2 (graça e de graça).
Pior ainda, seria para nós, pós-modernos, entendermos que não merecemos, contudo recebemos. Nessa era em que temos de merecer tudo ou quase tudo e que, além disso, temos de ser prósperos, porque estudamos e trabalhamos como loucos, a fim de que compremos o que não necessitemos: vivemos de aparência. Aliás, virtualmente!!!
Impossível para os judeus aceitarem um messias que não os libertaria do império e que não restauraria o templo. Pelo contrário, o templo não seria mais necessário e muito menos os sacerdotes. Que nós seríamos o templo, que todos teriam acesso a Deus pelo sangue do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Como os judeus e os gregos daquela época, ainda hoje, não compreendemos o Rei que se humilhou até a morte e de cruz. Queremos um herói ou um ídolo para nos apegarmos e mostrarmos algo estupendo, lindo e majestoso: pirotecnia, shows, que nada têm de condizente com a pregação do verdadeiro evangelho. 
Aquele que prega a cruz, a humilhação, o dar sem receber nada em troca, a igualdade, desfazendo a hierarquia. Esse é o evangelho da aniquilação do eu. 
Deus se negou, entregou-se à cruz, vencendo a morte, para fazer de nós cidadãos do Reino, entretanto preferimos continuar reinando no império da morte.
Reinar aqui e perdermos a presença de Deus ou nos aniquilarmos para entrarmos na presença do Pai?
O melhor da festa está descrito em Lucas 14: 7 a 14:
E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes:
Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu;
E, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar.
Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.
Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado.
Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos,
E serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos.