Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Quando todos os recursos falham

Última devocional de David Wilkerson postada no site de seu ministério, 27 de abril, quando o Senhor levou esse servo para si, falecido num acidente de carro.
Mas como ele mesmo escreveu nessa devocional: “Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente”
O Senhor seja louvado!
Crer quando todos os recursos fracassam agrada muitíssimo a Deus e é altamente aceito por ele. Jesus disse a Tomé “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” João 20:29
Bem aventurados os que crêem quando não existe evidência de uma resposta a sua oração. Bem aventurados aqueles que confiam mais além da esperança quando todos os meios fracassaram.
Alguém chegou a um lugar de desespero, ao final da esperança e ao término de todo recurso. Um ser querido enfrenta a morte, e os médicos não dão esperança. A morte parece inevitável. A esperança se foi. Orou pelo milagre, porem, esse não aconteceu.
É nesse momento quando as legiões de Satanás se dirigem a atacar sua mente com medo, ira e perguntas opressivas como “Onde está teu Deus? Você orou até não lhe restaram lágrimas, jejuou, permaneceu nas promessas e confiou” Pensamentos blasfemos penetraram em sua mente: “A oração falhou, a fé falhou. Não vou abandonar a Deus, porem não confiarei Nele nunca mais. Não vale a pena!” Até mesmo perguntas sobre a existência de Deus acometem sua mente!
Tudo isso foi dispositivos que Satanás empregou durante séculos. Alguns dos homens e mulheres mais piedosos de todas as eras viveram tais ataques demoníacos.
Para aqueles que passam pelo vale da sombra da morte, ouçam essas palavras: O pranto durará algumas tenebrosas e terríveis noites, mas em meio a essa escuridão logo se ouvirá o sussurro do Pai: “Eu estou contigo. Nesse momento não posso lhe dizer por que, mas um dia tudo terá sentido. Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente. Não foi um fracasso da tua parte. Agarre-se com força. Deixe Eu te abraçar nessa hora de dor”
Amado, Deus nunca deixou de atuar em bondade e amor. Quando todos os recursos falham, Seu amor prevalece: Aferre-se a sua fé. Permaneça firme em Sua Palavra. Não há outra esperança nesse mundo.
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Tradução: Armando Marcos

Poesia concreta



Análise do poema concreto:
O estudo sobre Deus pode nos levar ao evangelho, porém pode nos aprisionar, também, em teorias, transformar-se em discurso e produzir soberba. A teologia contém o evangelho, tipograficamente, correto.
O evanvelho, que é a mensagem do Reino, transforma em obras a teologia, ou seja, o conhecimento de Deus pela vida  prática, transmitida com humildade. O evangelho é iconoclasta.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Registrado está

Meu desejo sincero para 2012 é que a igreja deixe de olhar para dentro, que levante os olhos e que enxergue a multidão de necessitados que se encontra fora dela. Que deixe o conforto dos "cultos" e das atividades internas. Que não se preocupe com a arrecadação dos dízimos e das ofertas e com o número de membros. Que deixe de lado os cursos e as assembleias pastorais e suas discussões intermináveis a respeito do modelo e da doutrina.

Desejo que cada membro dependa de Cristo e que leia a Bíblia e que ore sozinho, recebendo a revelação diretamente do Mestre e que use todas as ferramentas que já recebeu, colocando em prática a fé que diz ter e que, acima de tudo, aprenda a se relacionar com os "diferentes", deixando de lado os pronomes de tratamento: amado (a) e irmã (o), pastor (a), apóstolo (a), que os torna tão superficiais quanto é a liturgia de domingo.

Desejo que cada um cumpra sua função no Reino para que as reuniões, quando acontecerem, sejam o refúgio, o alimento e o altar dos testemunhos para que animem e reanimem uns aos outros com um salmo ou uma palavra de instrução, uma revelação ou uma interpretação, a fim de tornarem a sair.

Desejo que a igreja volte a ser consequência e não causa. Que deixe de ser templo e que volte a ser abrigo. Que deixe de ser um fim em si mesmo, para voltar a salgar e a iluminar onde quer que esteja.

O resto é Silêncio


Interessante:

 A pós-modernidade tem produzido um efeito esquisito no "cristianismo". Vem confundindo a ideia de trabalhar para o Reino cujo Rei é Cristo, pregando as boas novas do Reino, com a ideia de possuir um cargo ou um ministério dentro da igreja ou de uma tribo, como se ela fosse um clube fechado que os protegesse do mundo. Daí, surgem os modismos, tais como bandas gospel, sertanejos gospel, baladas gospel e daí pra pior. É o amolda-se aos padrões do mundo, usando as palavras gospel, adoração, louvor e outras do dialeto crentês, como desculpa para satisfazerem seus desejos.

O que seria, então, adoração? Verdadeiros adoradores que adoram em Espírito (com inteligência vinda do alto) e em Verdade (sem hipocrisia, sabendo bem o que estão cantando, sem quererem glória, poder ou dinheiro para si mesmos; conhecedores da Verdade que liberta do sistema que rege o mundo)?

Seriam os cantores de bandas evangélicas famosas?

Seriam os ministros de louvor?

Seriam os promotores de shows gospel?

Seriam os produtores de CDs?

Respondam:

Existe alguma diferença entre um show gospel com dança e um show qualquer com dançarinas? E aquele povo todo berrando? Estão adorando a Deus ou são manipulados, emocionalmente, com promessas que se igualam às mesmas dos livros de autoajuda?  

Por que existe um palco na igreja? Por que os cantores e músicos fazem caretas? Quem o público aplaude?

Termino citando Shakespeare em Hamlet: Há algo de podre no reino da Dinamarca (quem lê entenda)...

Ser ou não ser (gospel), eis a questão...

Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha nossa vã filosofia...

O resto é Silêncio...

Verdadeiros profetas

A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto.
Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente, em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes. Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário. Esse homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação.
Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo. Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos. Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã, com toda a espécie de zelo ostentoso e demonstração de piedade. A influência constrangedora da opinião pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.
A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.

A W Tozer

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A solidão do cristão

O santo tem de andar só

A. W. TOZER

A solidão do cristão resulta do fato de ele andar com Deus num mundo que não quer nada com Deus, um andar que o leva forçosamente para longe do companheirismo do mundo não regenerado. Seus instintos, recebidos de Deus, clamam pela companhia dos outros da sua espécie, outros que possam entender os seus anseios, as suas aspirações, a sua absorção no amor de Cristo; e porque em seu círculo de amigos há tão poucos que compartem suas experiências interiores, ele é forçado a andar só. O homem que chegou à Presença Divina numa real experiência interior não encontrará muitos que o entendam.

O homem verdadeiramente espiritual é na verdade esquisito. Ele não vive para si, mas, para promover os interesses do outro. Procura persuadir o povo a dar tudo ao Senhor, e não pede nenhuma parte, nenhuma porção para si mesmo. Deleita-se em não receber honra, mas em ver o seu Salvador glorificado aos olhos dos homens. Sua alegria é ver o seu Senhor ser o objeto de promoção e ele próprio ser esquecido. Encontra poucos que cuidam de falar daquilo que constitui o supremo objeto do seu interesse, pelo que muitas vezes fica em silêncio e preocupado no meio do ruidoso bate-papo religioso. Por isso ele ganha a reputação de ser maçante e sério demais, e assim é evitado, e o abismo entre ele e a sociedade se alarga. Procura amigos em cujas vidas possa detectar o mais profundo desejo de santidade diante do Senhor, e encontrando poucos, ou nenhum, guarda isto em seu coração.

É esta verdadeira solidão que o lança de volta a Deus. “Se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá” (Sl 27:10). Sua impossibilidade de encontrar companheirismo humano leva-o a encontrar em Deus o que não consegue em nenhuma parte. Na solidão interior aprende o que não poderia aprender em meio à multidão – que Cristo é tudo em todos, que Ele foi feito para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção, que Nele temos e possuímos o Grande Tesouro da Vida, Cristo em nós a esperança da Glória (Col. 1:26).

A fraqueza de tantos cristãos modernos consiste em que se sentem demasiamente à vontade no mundo. Em seu esforço para conseguir repousante “ajustamento” à sociedade não regenerada, perderam seu caráter de peregrinos e se tornaram parte essencial da mesma ordem moral contra o qual fomos enviados a protestar. O mundo os reconhece e os aceita pelo que eles são. E esta é a coisa mais triste que se pode dizer deles. Não são solitários, mas também não são santos.

Os mais puros santos, são aqueles dos quais, muitas vezes, a ruidosa igreja menos ouve. A vida piedosa não é mais considerada importante, a não ser quanto aos muito velhos ou aos mais que mortos. As almas pias são abafadas no turbilhão das atividades religiosas. Os ruidosos e auto-afirmativos, os divertidos são procurados e recompensados de todos os modos, com presentes, multidões, oferendas e publicidade. Os que se assemelham a Cristo, os que se esquecem de si mesmos, os que vivem como se já estivessem no mundo por vir são empurrados para um lado para darem lugar ao último farrista convertido, geralmente não convertido muito bem e tendo muito ainda de farrista. Toda filosofia de vista curta, que ignora as qualidades eternas e dá valor as trivialidades, é uma forma de incredulidade. Os “cristãos” que encarnam essa filosofia anseiam pela recompensa atual; são impacientes demais para esperar o tempo do Senhor. Não subsistirão no dia em que Cristo fizer conhecido o segredo do coração de todos os homens e recompensar cada um de acordo com as suas obras. O verdadeiro santo enxerga mais de longe, dá pouca importância aos valores transitórios; com os olhos postos no futuro, aguarda anelante o dia em que as realidades eternas virão aos que lhes fazem jus, e se verá que a vida santa é tudo que importa.

Estranho quanto for, as almas mais santas que já viveram ganharam a reputação de pessimistas. Sua sorridente indiferença para com as atrações do mundo e sua firme resistência às tentações que elas exercem têm sido mal compreendidas por pensadores superficiais e atribuídas a um espírito anti-social e à falta de amor à humanidade. O que o mundo não foi capaz de ver é que esses homens contemplavam uma cidade invisível, andavam dia a dia a luz de outro reino, de um reino eterno.

O cristão sábio contentar-se-á em esperar por esse dia. No dia a dia,, servirá a sua geração, segundo a vontade de Deus. Se ele for deixado de lado nas lutas por popularidade religiosa, dará a isto atenção mínima. Ele sabe a QUEM está procurando agradar e está disposto a deixar que o mundo pense dele o que quiser. De qualquer forma não estará aqui por muito tempo, e para onde ele vai, os homens não serão reconhecidos pelos valores que o mundo aprecia.



Site Rei Eterno (http://reieterno.sites.uol.com.br)

Igrejas e religiões


Deus constrói o seu templo no nosso coração sobre as ruínas das igrejas e das religiões.
Ralph Waldo Emerson



Das igrejas erigidas com pedras e argamassa, tenho pavor. Das religiões pregadas nos templos de tijolos por homens, vestidos de soberba, fujo como alguém que quer estar bem longe da mentira.

Templos geram soberba; religiões, prepotência. Suas ruínas nos ensinam humildade e misericórdia.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Merry Christmas to all of you!

A todos vocês que me acompanharam, lendo as postagens desse blog:
Feliz Natal: o verdadeiro que se comemora o ano inteiro!
Como diz a canção, seguirei a estrela, como o sábio, onde quer que ela me levar, para que esteja com o meu Salvador face a face.




terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Uma causa para viver e morrer


Não confio na instituição que se intitula igreja, que possui placa, que é mais uma entre outras denominações. Não confio em pastores assalariados que possuem salas pastorais como se fossem donos de uma empresa, assentados atrás de uma mesa, para deliberarem assuntos burocráticos e agendas para o próximo ano com secretárias que compram passagens aéreas internacionais, cuja desculpa é visitar o “campo missionário” para postar fotos nas redes sociais em frente a monumentos históricos.
Acredito em pessoas normais que cumprem suas funções no Reino sem fazer alarde e que não se consideram a elite sacerdotal escolhida, vivendo num pedestal acima do bem e do mal – aqueles que julgam os “reles mortais” por terem atitudes equivalentes às deles. 
Prefiro a Igreja que não possui CNPJ e que, também, não faz uso da hierarquia para manipular as ovelhas. Anseio pelo governo do Espírito Santo, destituindo governos humanos que reproduzem o sistema - pessoas que se associam visando à glória ou ao lucro.
Prefiro a igreja que busca o bem do outro e que reparte, sendo dirigida, unicamente, pelo Espírito Santo, essa, sim, valida o Reino. Qualquer uma que possua placa é mais uma denominação, toma o caminho da soberba, pois se acha mais certa do que a Certa, inventando regulamentos e planos de carreira.
Prefiro a igreja que se reúne diariamente em qualquer local, cuja meta é levar esperança e salvação aos perdidos e lhes oferecer alimento, vestimenta, libertação, educação, saúde e hospedagem, tendo como marketing seu próprio testemunho de vida cheio de amor e de misericórdia, de alegria e de gratidão pela morte e ressurreição do Cordeiro, sem qualquer soberba ou vaidade, sem shows nem programas televisivos, mas anonimamente.
Quero e busco fazer parte dessa igreja, sem cursar seminário, mas estudando as escrituras juntamente com outros que possuem o mesmo propósito, orando intensa e fervorosamente pela plenitude do Espírito que é poder e sabedoria de Deus.
Os discípulos cursaram seminário por três anos com o Mestre (na teoria e na prática) e o negaram diretamente ou por omissão. Só, depois, quando foram cheios do Espírito Santo é que assumiram suas funções, ousadamente, enfrentando o sistema, não temendo morrer pelo  evangelho.
O sistema julga, condena e mata os que o denunciam, mas os quem estão selados pelo Espírito da Promessa sabem que vale a pena viver e morrer pela causa de Cristo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Oração para 2012

Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência. Tolstoi

Oro para que em 2012. busquemos a VERDADE!

Mais um ano juntos


Igreja de Cristo que se reúne no Paraíso

domingo, 11 de dezembro de 2011

Balanço de 2011

Fazendo um balanço de 2011.

Mesmo não tendo terminado o ano, quase sempre me pego, nessa época de “festas”, fazendo uma análise da trajetória percorrida nos 365 dias que um dia delimitaram e nomearam de acordo com o que chamam de calendário.

Sem entrar no significado histórico do porquê existe o calendário, o melhor mesmo é cumprir seus dias, terminando com um saldo positivo, não financeiro, mas de crescimento pessoal e espiritual.

Para mim, foi um ano atípico, se comparado aos últimos 2009 e 2010, que serviram de “sabático”. Muito diferente, contudo bem produtivo, 2011 desenterrou talentos e fez brotar outros.

Viajei várias vezes, conheci pessoas novas, reencontrei antigas, renovei pactos, no entanto, o melhor foi voltar a me sentir útil de uma maneira incomum.

Servi pessoas desconhecidas como há muito tempo não o fazia. Direta ou indiretamente, participei da cura emocional de crianças e de famílias. Pude ser usada como porta de entrada de alguns para o Reino e de saída para outros que reencontraram esperança.

Quero usar este espaço para agradecer a Deus por ter me despertado do egoísmo e me curado da depressão. Fazendo-me perceber que ainda posso ser útil, ao me curar da cegueira do desespero, quando me abriu os olhos para a grande necessidade que existe tão próxima de mim. Quero agradecer aos meus queridos marido, filhos e norinhas, por me incentivarem a continuar, levantando meus braços e me reerguendo com suas sugestões e apoio. Agradeço aos velhos amigos e queridos que continuam ao meu lado e aos novos que deram um voto de confiança e me abriram portas para realizar o sonho que não sonhei, pelo menos do jeito que aconteceu.

Agradeço pelas portas que se fecharam para que outras, muito melhores, fossem abertas.

O melhor, realmente, sempre está por vir!!! O saldo é BEM positivo...


sábado, 3 de dezembro de 2011

Questão de pedigree

Passando pela marginal num dia de muito trânsito, vindo do aeroporto para casa no banco de trás de um taxi, observei que nas margens sujas e poluídas das águas, também, sujas e poluídas nascem, crescem e sobrevivem várias espécies de arbustos com flores lindíssimas.
Por não estar dirigindo, a cada kilômetro andado, notei que existiam flores e mais flores de todas as cores e formatos.
Um tanto indignada com tanta poluição e com o atraso em que se encontra o saneamento básico de uma cidade como São Paulo e de um país que sediará a copa do mundo, comparei o Rio Pinheiros  com o Tâmisa.
Porém, aprendi uma lição simples, mas muito profunda. Ao deixar de observar as águas sujas e as margens carregadas de entulho e ao passar a dar mais importância aos arbustos e flores tão diversas, criações divinas e realçadas pelo amor do Pai, comparei o rio com minha vida.
Ainda bem que Deus possui "olhos" bons e que não enxerga a sujeira e muito menos inala o mau-cheiro de nossos pecados e de nossas vidas corrompidas. Ele enxerga o nosso coração e jamais dá atenção ao nosso pedigree denominacional religioso, seja ele católico, batista, presbiteriano, metodista e demais, considerados "sangue azuis" espirituais.
Criada, como fui, sem princípios cristãos de berço, Deus me enxergou, como enxerga todos os demais que se arvoram descendência especial e considerou somente as flores e o perfume que elas exalam, mesmo que nascidas no meio do esgoto.
Não fez diferença pra Ele o meu pedigree, mas considerou minha busca pela verdade, minha ânsia pelo perdão e minha vergonha de ser escória espiritual.
Perdoou o meu passado da mesma maneira que perdoou o passado dos "sangue azuis"espirituais que acham que são mais santos por terem nascido e por terem sido criados em lares ditos evangélicos, valorizando mais as obras humanas do que o sacrifício de Cristo na cruz.
Sofri e tenho sofrido,ainda, certo preconceito dentro da instituição religiosa que me levou a amar a Deus e a crer no Filho.
Penso que Deus não joga fora a nossa história que nos acompanha e que nos moldou a personalidade e a nossa identidade. Ele a santifica e a aperfeiçoa, justamente pelo fato de enxergar só o bem e o belo que brota da lama contaminada pelos poluentes culturais e humanistas e pela tendência pecaminosa da nossa carne.
A bondade de Deus nos alcança e não depende do nosso pedigree, pois se assim fora, nossos filhos criados em "berço evangélico" já nasceriam santos e incontaminados: perfeitos, acabados, uma raça pura que não necessitaria do perdão de Deus e que jamais reconheceria ou entenderia o sacrifício do Filho de Deus que nasceu numa manjedoura, envolto em trapos e rodeado de animais, que morreu desnudo, pendurado no madeiro.
Muito me entristece, descobrir que o homem, sendo pó, valorize o pedigree, desconsiderando o que Deus considera e considerando o que Deus não considera.
Enxerga só o rio poluído e as margens cheias de lixo. Desconsidera as flores e seu perfume...
Quanto preconceito!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Uma grande lição

A gente sempre fica pensativo depois de visitar um museu.
A visita de hoje ao Imperial War Museum de Londres não só me deixou pensativa como também perplexa.
A intolerância gerada pela soberba e pelo orgulho, misturada com a sede de poder e com a loucura provoca  destruição de nações, de etnias, de gente como eu e você.
Tudo começa pequeno, microscopicamente, com certa intolerância, chamada ora de racismo ora de preconceito.
Pude observar cenas chocantes, ler depoimentos chocantes e ouvir depoimentos mais chocantes ainda...
Guerras e massacres com explicações exuberantes, para não dizer deprimentes. Injustiças premiadas com medalhas. INCOERÊNCIA?
Claro que cheguei à conclusão mais do que óbvia de que somos intolerantes, injustos e incoerentes ao nos autodenominarmos cristãos, se não vivermos como Cristo nos ensinou - que é o humilhar-se a si mesmo, tomando a forma de homem e morrendo na cruz, isto é, humilhando-se mais do que seria possível na plenitude dos tempos.
A grande cristianização matou milhões de pessoas em nome de si mesma e de sua própria conveniência, contradizendo o evangelho das boas novas pregado por Cristo, usando explicações tão convincentes quanto a do diabo ao enganar a humanidade, fazendo a apologia ao fruto daquilo que traria o poder e a sabedoria dos deuses.
A descristianização, carregada de vingança justifica que haja mais mortes em nome de outros deuses tais como dinheiro, poder e religião.
Assim, desde que o primeiro homem se alimentou do bem e do mal, ainda bem, deixou de ser eterno, nada mudou.
E se o evangelho das boas novas continuar sendo distorcido nas bocas dos pregadores "titulados" atuais, estimulando a guerra pela glória de si mesmos, um maior genocídio, um maior crime contra a humanidade, contra a humanização do homem cada dia mais desumano, o espiritual, o que levará o homem ao juízo final, pensando que é evangélico, mas que não passa de um assassino, queimará no inferno junto com os líderes dos massacres que pude observar, visitando o museu da guerra.
Cristo fez a apologia da humildade que, por herança, nos garante a vida eterna. Alimentar-se do fruto da árvore da vida que Ele oferece, para mim, continua sendo, morrer para si mesmo.
Como isso é difícil!!!
Porém, não é impossível, pois basta pedirmos o Espírito Santo, se formos humildes o suficiente para crermos que Ele habita em nós, que nos dá força para perdoar e que nos ensina que o Reino de Deus não é terreno.
Será que conseguiremos aprender?

domingo, 20 de novembro de 2011

Estamos prontos para a liberdade?

Minha leitura de Hobbes...
"toda e qualquer associação parte da lógica do benefício próprio (...) os homens se associam ou pela glória ou pelo lucro (...) tendência natural de autopreservação."
A estrutura eclesiástica se torna um monstro que nos engole, na medida em que é alimentada por nossas frustrações, paradigmas humanos, ambição, sede de poder e de glória, sendo que o poder que é conferido ao clero é dado com o consenso de todos.
Como um animal de estimação que cuidamos e alimentamos, ela se volta contra nós com uma voracidade mortal, quando adoece pela raiva, bactéria letal: desejos reprimidos à força.
Para se manter viva, ataca, deixando feridos homens e mulheres que um dia deram sua vida por ela. Quanto mais se alimenta e cresce, mais se torna invencível, daí os fins justificam os meios, maquiavelicamente.
O erro está justamente nisto:
Esquecemos do ser humano e passamos a dar mais valor ao sistema do que a nós mesmos e ao próximo; inventamos normas e elegemos um clero para nos governar. Esquecemos de que e o valor não está no sistema, mas no indivíduo, na pessoa (...) subir em sua opinião própria, quando se compara com os defeitos e deficiências de outrem (...)
Jesus foi condenado e morto pelo sistema, pela lei, pela hipocrisia dos doutores e mestres. Entretanto, ressuscitou pelo homem, por amor ao homem, provando que, pelo próximo, devemos romper com toda a estrutura: ninguém tem maior amor do que este, de alguém dar a vida por seus amigos.
No reino de Deus não existe hierarquia, existe o negar-se a si mesmo e o serviço, porém, ainda, não conseguimos entender que esta é a liberdade com que Cristo nos libertou. Necessitamos de um governo visível, eleito, ou não, por nós mesmos, que tome o lugar de Cristo, a fim de que nos sintamos seguros, que nos fale o que devamos fazer.
Somos incrédulos, não temos fé na presença de Deus dentro de nós, na pessoa do Espírito. Cremos muito mais nas regras humanas do que no sermos guiados pelo Espírito. Voltamos a cometer o mesmo erro que o povo de Israel cometeu ao pedir um rei.
Rejeitamos o Rei, preferimos eleger um líder (ou líderes) que governe sobre nós e, assim, somos levados para o cativeiro e ali permanecemos, clamando pelo Messias que já veio, trazendo consigo o Caminho, a Verdade e a Vida.
Não compreendemos que o Reino de Deus não é desse mundo, portanto, nossas regras e nossas obras não possuem valor algum para Deus, sendo que as regras de Deus, se é que podem ser chamadas de regras, só podem ser cumpridas pelo Espírito Santo em nós.
Será que estamos prontos para a liberdade? A de nos alimentarmos da Árvore da Vida, mesmo sabendo que exista uma outra árvore (agradável aos olhos) que nos traga conhecimento, segurança, poder e glória?
Eu me faço essa pergunta, diariamente, clamando para que Deus renove a minha maneira de pensar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Humildade, a chave do Reino

Quando conhecemos a verdade, que é Cristo, descobrimos que somos miseráveis.
A verdade é que nos leva ao arrependimento, na medida em que ela nos revela como o espelho nossa imperfeição, a fim de que nos humilhemos e a humildade nos libertará do pecado, da soberba, da prepotência e da independência de Deus. Quanto mais humildes a verdade nos fizer, mais teremos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus que, sendo Deus, humilhou-se ainda mais, morrendo na cruz.
Quanto mais humildes, tanto mais livres.
Qaunto mais morrermos, tanto mais teremos vida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

domingo, 23 de outubro de 2011

Inversão de valores

Outro dia uma pessoa me contou que certo líder a chamou pra uma conversa.
Ao chegar à "sala pastoral", veio-lhe a sensação de que estava assentada como se fosse um funcionário que estaria pra ser ser despedido da instituição.
Por meio de uma conversa fiada e sem lhe peguntar o motivo de sua ausência (pois já há algum tempo não aparecia), veio com a frase "se você sair dessa igreja, não saia falando mal dela, pois seria prejudicial pra ela mesma, ela poderia estar atraindo maldição pra si mesma". Ele estava ali pra aconselhar...
Qual seria a preocupação desse líder?
A igreja?
A pessoa?
Ou sua reputação como líder?
De uma coisa eu tenho certeza, não era com a vida dessa ovelha que já estava desgarrada do rebanho.
Ele não foi buscá-la, ele a chamou até sua "igreja", pra se certificar de que sua imagem não seria denegrida. Em momento algum, demonstrou que estaria preocupado com sua saúde espiritual, mas sim, com o opinião que a ovelha nutria a respeito da instituição.
Triste...
A igreja existe por causa das pessoas ou as pessoas por causa da igreja?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Falsa humildade

Pedir perdão à pessoa ofendida,
sem que haja arrependimento,
é buscar, por parte do ofensor,
o próprio interesse.
É conveniência.
É um pedido de perdão protocolar,
é outra ofensa maior.
É menosprezo.
É soberba.
É prepotência.
É a receita certa da arrogância...

Junte uma porção de vaidade
Com um pacote de orgulho
Ferva com ganância
e aspirações de poder
Adicione oportunidade
e uma platéia
Tempere com egocentrismo
e com indiferença
Deixe resfriar nos ares da superioridade
e decore com estupidez
Está pronta a arrogância!
Sergio Fajardo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Obstáculos

O coração é mais enganoso do que qualquer doença incurável. Jr. 17: NVLH
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? ARC

Tenho pra mim que um dos maiores obstáculos na vida cristã seja o orgulho. Poucas coisas são mais contrárias à natureza humana do que o desejo de que os outros recebam mais glória do que nós.
Nosso maior inimigo é o orgulho, porém nosso maior amigo é a humildade.
A humildade exige uma reserva de força sobrenatural que só possuem aqueles que são suficientemente fortes para admitirem sua fraqueza.
Outro obstáculo intrinsecamente ligado ao orgulho é o legalismo, pois leva os relacionamentos a serem superficiais, na medida em que julgarmos nosso próximo, usando um microscópio e não um espelho. Deixamos de olhar nossos erros e passamos aos detalhes do erro do outro e, pior, nos transformamos em acusadores, em fariseus hipócritas, vasculhando com lentes, eletronicamente ajustadas, de acordo com  regras que ninguém consegue entender, os defeitos do outro.
Dessa forma, toda motivação nos relacionamentos deixa de ser o amor dando lugar ao temor, pois teremos de acreditar que somos infalíveis: uma grande e ostensiva mentira!
Passamos a desempenhar papéis, sendo que nossa maior máscara será o orgulho e nossa fantasia, o medo. Medo de sermos descobertos falíveis e pecadores.
Adoecemos (e essa doença é incurável, se não for admitida e confessada) ao nos afastarmos da simplicidade e da vulmerabilidade. Partimos para a acusação e o amor que poderia lançar fora todo o medo e que encobriria uma muitidão de pecados, transforma-se em ódio religioso assassino.
Crucificamos, mais uma vez, o Filho de Deus.
Orgulho e legalismo são vencidos com humildade e amor (graça). Quem se habilita?

domingo, 16 de outubro de 2011

Melhor é ter esperança

Lementações de Jeremias 3 - (quando nos lembrarmos das nossas falhas e lutas)

     20    Penso sempre nisso

          e fico abatido.

     21     Mas a esperança volta

          quando penso no seguinte:

     22     O amor do Senhor Deus não se acaba,

          e a sua bondade não tem fim.

     23     Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs;

          e como é grande a fidelidade do Senhor!

     24     Deus é tudo o que tenho;

          por isso, confio nele.

     25     O Senhor é bom para todos os que confiam nele.

     26     O melhor é ter esperança

          e aguardar em silêncio a ajuda do Senhor.

Sociedade Bíblica do Brasil: Nova Tradução Na Linguagem De Hoje 2000;

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Jesus e a religião

Se Jesus for a opção número 1 do significado de religião do dicionário, então Ele será minha religião:
Religião  (HOUAISS)
1 culto prestado a uma divindade; crença na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal 2 conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa
3 a manifestação desse tipo de crença por meio de doutrinas e rituais próprios

PORÉM,
jamais será, se significar 2 ou 3!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

BONS AMIGOS

BONS AMIGOS



Abençoados os que possuem amigos,
os que os têm sem pedir.


Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.

Amigo a gente sente!



Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.


Amigo a gente entende!


Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.


Porque amigo sofre e chora.

Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.


Porque amigo é a direção.

Amigo é a base quando falta o chão!


Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.


Ter amigos é a melhor cumplicidade!



Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

domingo, 9 de outubro de 2011

Aclame ao Senhor

Leva-ma à cruz

A mais bela de todas as coisas

O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: o abandono
A raiz de todos os males: o egoísmo
A distração mais bela: o trabalho
A pior derrota: o desânimo
Os melhores professores: as crianças
A primeira necessidade: comunicar-se
O que traz felicidade: ser útil aos demais
O pior defeito: o mau humor
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
o mais imprescindível: o lar
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
A maior proteção efetiva: o sorriso
O maior remédio: o otimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!!!
Madre Tereza de Calcutá

sábado, 8 de outubro de 2011

Será você ... e Deus

Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos
e alguns amigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo
Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir
Alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
As pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final de tudo
Será você ... e Deus.

E não você ... e as pessoas!

Madre Tereza de Calcutá

Deuses e Homens


Deuses e Homens

Paulo Brabo em: Em seis passos o que faria Jesus.




Para quem vive a cristandade do nosso lado do planeta a salvação é entendida, fundamentalmente, em termos jurídicos. A partir de uma leitura pouco imparcial das cartas do Apóstolo, nossa tradição acabou concluindo que a salvação é uma mudança de status legal, um indulto emitido pelo juiz em favor de quem concorda em dar crédito ao caráter remissório do sacrifício do advogado.

Não é assim na metade oriental da cristandade, a igreja chamada de Ortodoxa e que gerou gente notável como Dostoiévski e Tolstói. Nossa igreja e a ortodoxa são gêmeas separadas não muito depois do nascimento, mas que desde a cisão não conseguem entender direito as ideias e o comportamento uma da outra. Por exemplo, ambas concordam que o homem carece de uma salvação que só Jesus pode dar — mas discordam sobre de que Jesus salva o homem, e para quê.

Para os cristãos ortodoxos, a essência da salvação não está na justificação, mas na deificação (grego theosis) — transformação de seres humanos em deuses. Nos documentos da igreja primitiva a deificação não merece menos destaque do que a justificação, mas a theosis como conceito teológico não comparece no pensamento
cristão ocidental há mais de mil anos.

O evangelho diz que a todos que acolheram sua encarnação Deus “deu o poder de se tornarem filhos de Deus”. Tradicionalmente esse foi entendido como sendo o poder de nos tornarmos participantes da natureza divina. Essa é a lógica da deificação, resumida numa única frase de Irineu: “Se o Verbo tornou-se o homem foi para que homens se tornassem deuses”.

Os ortodoxos e seus antecessores deixam claro, no entanto, que o milagre da deificação não está em tornar o cristão um deus independente e digno, ele mesmo, de adoração. Agostinho raciocina que, “se somos feitos filhos de Deus, somos da mesma forma feitos deuses”, mas esclarece: “Deus quer fazer de você um deus; não por natureza ou nascimento, mas por graça e por adoção”. Atanásio também opina que “somos como Deus por imitação, não por natureza”.

A idéia está em imitar Deus em sua revelação máxima, a pessoa de Jesus. Aqui está o mistério: a deificação diz respeito muito mais a aprendermos a ser gente do que a ser deuses.

João Crisóstomo (349-407), pregador de Antioquia que ajudou a cristalizar o que viria a ser o pensamento dos cristãos ortodoxos sobre a deificação, ensinava que o mistério da redenção está indelevelmente associado ao mistério da encarnação. Isto é, a salvação diz pelo menos tanto respeito à vida de Cristo quanto à sua morte. A encarnação, para Crisóstomo, não só revelara Deus para a humanidade: revelara também a verdadeira humanidade para a humanidade. Imitar a legitimidade da vida terrena de Jesus é infundir-se do sopro vital de Deus, o regenerador “espírito de Cristo”
— em letras tanto maiúsculas quanto minúsculas. O fim da deificação (e, portanto, da salvação) é restaurar no homem a imagem da divindade impressa nele por Deus na criação, imagem que Jesus estampou integralmente. Deus quer que sejamos deuses para que aprendamos finalmente a ser homens.

No pensamento ortodoxo a salvação instila uma mudança real na natureza humana; não se trata — como normalmente cremos aqui no Ocidente — de uma mudança relativa e temporária, a ser melhor implantada em momento oportuno. Para nós, o homem é salvo da condenação; para os cristãos ortodoxos, é salvo da mediocridade. Para nós o homem é salvo para viver com Deus um dia ; para os ortodoxos, é salvo para viver como Deus hoje.

Nas palavras de Crisóstomo:

“Visto que Cristo ascendeu ao céu sua carne tornou-se, como as primícias, o princípio dos que dormem. Ele abençoou a humanidade inteira através dessa única carne e desse único princípio. Antes, por causa do pecado, nada era mais abjeto do que o homem, enquanto agora nada é mais honrado do que ele. Através do Cristo ressurreto e ascendido o homem vence a corrupção e adquire incorrupção. Vence a morte, porque a morte foi inteiramente abolida e não aparece em lugar algum, enquanto o homem adquire imortalidade e é deificado. Deus e humanidade tornaram-se de fato uma única raça.”



A obsessão forense da igreja ocidental fez com que nos concentrássemos quase que exclusivamente nos méritos da morte de Cristo. O terrível preço dessa ênfase foi que perdemos de vista os méritos de sua vida e sua encarnação. Por deixarmos de considerar o caráter do Jesus dos evangelhos, a teologia ocidental tornou-se
eminentemente racionalista,  intelectual e escolástica; perdeu contato com as necessidades da vida real e a espiritualidade do homem comum. Perdeu o dom de lavar pés e ensinar lavradores. Ocupou-se em entender a revelação racionalmente e explicá-la com argumentos lógicos a uma audiência sofisticada. Passamos a crer que a salvação é questão de uma aceitação intelectual da verdade, sem relação alguma com a vida real de Deus ou com a nossa.

Perdemos no processo o dom que Jesus veio nos conceder, o de sermos gente: agentes humanizadores num mundo desumano e deuses suplentes num mundo sem Deus. Como sempre acontece, o que nos falta é voltar aos princípios mais fundamentais da humanidade de Jesus – o Deus encarnado que escolheu chamar a si mesmo de Filho do Homem.

Enganar-se a si mesmo

Pode ser que:
Quem viva a confessar pública e desnecessariamente que possua certeza de suas escolhas e opções seja porque duvide delas e, muitas vezes, o faz, para se convecer de que não errou.
Senhor! Livra-me de escolhas erradas para que não me vanglorie delas!

Eu aprendi

“Eu aprendi…
…que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo;
Eu aprendi…
…que ser gentil é mais importante do que estar certo;
Eu aprendi…
…que nunca se deve negar um presente a uma criança;
Eu aprendi…
…que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;
Eu aprendi…
…que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;
Eu aprendi…
…que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender;
Eu aprendi…
…que os passeios simples com meu pai em volta do quarteirão nas noites de verão quando eu era criança fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulto;
Eu aprendi…
…que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;
Eu aprendi…
…que dinheiro não compra “classe”;
Eu aprendi…
…que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;
Eu aprendi…
…que debaixo da “casca grossa” existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;
Eu aprendi…
…que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa?
Eu aprendi…
…que ignorar os fatos não os altera;
Eu aprendi…
…que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;
Eu aprendi…
…que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
Eu aprendi…
…que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoa é me cercar de gente mais inteligente do que eu;
Eu aprendi…
…que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;
Eu aprendi…
…que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
Eu aprendi…
…que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
Eu aprendi…
…que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
Eu aprendi…
…que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
Eu aprendi…
…que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las;
Eu aprendi…
…que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;
Eu aprendi…
…que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;
Eu aprendi…
…que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
Eu aprendi…
…que só se deve dar conselho em duas ocasiões: quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte;
Eu aprendi…
…que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.”
Shakespeare

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Relatório de hoje

Hoje:
Não acordei tarde, não orei ao sair de casa, não fui de carro, não almocei em casa, não fui enviada como missionária pro Nepal, não fui enviada ao mundo árabe, não viajei pra pregar em lugar algum, não subi ao púlpito pra pregar, não recebi palavra profética em congresso de guerra espiritual, não fui ungida como missionária nem bispa, não participei de uma reunião estratégica de evangelismo, não participei de mais uma reunião de liderança ou de ministério, não cantei no louvor, não fiquei conhecida por multidões, PORÉM, cumpri minha missão como esposa, mãe e amiga e outra missão na Cidade Ademar, só abrindo a porta pra crianças com problemas.
Não fechei os olhos, hoje, pra necessidade enorme que existe ao meu redor e essa foi minha maior vitória. Amanhã será mais uma.
Conclusão: sou uma pessoa como outra qualquer, com seus muitos problemas e lutas, mas que ama muito a Deus e que se esforça pra obedecê-lo e pra amar o próximo como a si mesma, embora saiba que só conseguirá pelo poder do mesmo Deus.
E o dia nem acabou ainda...

Relatório do que fiz ontem

Escrevendo no mural do facebook:
Ontem acordei como faço diariamente, tomei café, escovei os dentes, fui pro trabalho, fiquei nervosa no trânsito, discuti com meu funcionário, deixei tudo cair das minhas mãos, tropecei no tapete, me deu fome, então, almocei no quilinho da esquina com a gerente mais a secretária, voltei, atendi muitas pessoas, lavei a louça, conversei bastante, falei ao telefone, entrei no face, escrevi qualquer coisa, li, acabou o expediente, voltei pra casa, jantei, conversei com meu marido, fui dormir porque estou com uma gripe horrível e AGRADECI A DEUS POR SER UMA PESSOA NORMAL E POR ESTAR VIVAAAAAAaaaaa......

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fácil e Difícil

Fácil e Difícil
Carlos Drumond de Andrade

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se expresse sua opinião...
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros.

Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a
mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.
Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e as vezes impetuosas, a cada dia que passa.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar...
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.

Fácil é ditar regras e,
Difícil é segui-las...

domingo, 25 de setembro de 2011

A autoridade do pastor

A AUTORIDADE DO PASTOR
Hal Miller

Autoridade parece ser o assunto do momento para os cristãos. Pessoas escrevem livros após livros e fazem sermões após sermões sobre quem tem autoridade sobre quem e porquê. Professores devem ensinar com autoridade, maridos reivindicam autoridade sobre suas esposas, “pastores” precisam de autoridade sobre suas “ovelhas”. Não podemos falar sobre igrejas sem nos concentrarmos no seu governo. Parece que somos incapazes de pensar no casamento sem perguntar quem tem autoridade nele. Nem mesmo atentamos para a Bíblia, sem que antes primeiramente tenhamos ouvido as últimas sobre sua autoridade. Isso parece um sério problema.
Talvez o problema seja maior nos Estados Unidos, pois usualmente nos imaginamos como não sujeitos a qualquer autoridade (N. do T. – O autor deste artigo é norte-americano). Pensamos em nós mesmos como “livres”, capazes de fazer o que quisermos, ainda que nossas vidas estejam repletas de pessoas e estruturas que exigem nossa obediência. O policial na esquina e o pessoal do Imposto de Renda têm autoridade. Autoridade não é apenas a possibilidade de obrigar as pessoas a agirem de determinada forma. Isso se chama “poder”. Poder é compartilhado pelos policiais e pelos ladrões, embora só os policiais tenham “autoridade” – a capacidade moralmente legítima de obrigar aos outros. Na verdade, esta é a nossa noção comum de autoridade: a capacidade de obrigar aos outros, respaldado (se necessário) pela força. Porém, essa noção não funciona quando transferida para contextos cristãos. Jesus e seus discípulos tinham uma visão muito diferente de autoridade.
O inquietante ensinamento de Jesus com respeito à autoridade entre Seus seguidores contrasta com a experiência deles em quaisquer outras sociedades. Ele lhes disse: os reis dos gentios se apossam das nações e aqueles que sobre elas têm autoridade são chamados “benfeitores”. Eles exercitam seu poder e tentam (com mais ou menos sucesso) fazer o povo pensar que isso é para seu próprio bem. Mas, na igreja não deve ser assim. Nela, pelo contrário, aquele que lidera deve ser um servidor e aquele que é o maior deve ser como o mais jovem (Lucas 22:24-27). Antes que passe o impacto disso, você deve parar para refletir que o mais jovem e o servidor são precisamente aqueles sem autoridade no senso mundano normal. Não obstante, assim é a liderança entre o povo de Jesus.
Desafortunadamente, quase sempre nos esquivamos da força deste perturbador ensino transformando-a em retórica piedosa. Fazemos o estilo de “servos”, mas atuamos como reis das nações exercendo autoridade. Porém, mesmo os reis das nações tratam de fazer com que sua autoridade seja aceitável, legitimando-a com uma retórica piedosa – por isso, se auto intitulam “benfeitores”. Então, de que forma somos diferentes? Se desejarmos viver como seguidores de Jesus, devemos considerar seriamente Seu critério de que líderes são como crianças e servos, sem autoridade.
O aspecto mais óbvio do que o Novo Testamento tem a dizer sobre liderança e autoridade é a falta de ênfase que nele se percebe, sobre o assunto. Por exemplo, de todas as principais cartas de Paulo, só em Filipenses 1:1 se faz uma menção passageiras aos líderes. No geral, ele ignora o assunto, como o fazem outros autores bíblicos. Os primeiros seguidores de Jesus permaneceram em silêncio a respeito de liderança e autoridade. Esse silêncio é bastante significativo.
O Novo Testamento usa duas palavras que correspondem a diferentes aspectos do que queremos dizer com “autoridade”. A primeira, dunamis, é usualmente (e corretamente) traduzida por “poder”. Esta palavra é menos importante para nós, pois embora “poder” possa ser associado a alguns tipos de autoridade, também pode existir sem autoridade. Alguém que porte uma arma tem poder sobre os demais, porém isso não lhe confere necessariamente autoridade.
Ainda assim, valeria a pena ver quem tem dunamis (poder) no Novo Testamento. Se recorrer a uma concordância bíblica, você encontrará que possuem poder: Deus, Jesus, o Espírito, assim como os anjos, demônios e “principados e potestades”. Estranhamente, seres humanos não têm poder em si mesmos, sendo energizados apenas por esses outros poderes, O ministério do evangelho, os milagres dos apóstolos e a vida dos crentes são todos condicionados ao “poder de Deus”. Surpreendentemente, o Novo Testamento raramente (se tanto) reconhece seres humanos com “poder” em si mesmos – o poder sempre chega às pessoas de alguma outra fonte.
As coisas se tornam mais interessantes quando nos voltamos para outra relevante palavra grega: exousia. Esta palavra é usualmente traduzida como “poder”ou “autoridade” e é o mais próximo equivalente que temos à nossa palavra “autoridade”. O novo Testamento enumera como quem tem exousia essencialmente aqueles que têm dunamis: Deus, Jesus, o Espírito Santo, anjos e demônios. Porém, agora a lista se estende àqueles humanos que não somente são energizados por autoridade do alto, mas que também têm autoridade em si mesmos.
Vemos então que reis têm autoridade para governar (Romanos 13:1-2) e os discípulos de Jesus têm autoridade sobre as doenças e espíritos (Mateus 10:1). Os crentes têm autoridade sobre várias facetas de suas vidas: suas posses (Atos 5:4), o comer, o beber e o casarem-se (1 Coríntios 11:10). O que é surpreendente, entretanto, é que o Novo Testamento não diz uma palavra sobre um crente tendo autoridade sobre outro. Temos plena autoridade sobre coisas e até sobre os espíritos, mas nunca sobre outros cristãos!
Considerando toda a ênfase que demos à discussão acerca de quem tem autoridade na igreja, isso deve ser surpreendente. Reis têm autoridade sobre seus súditos; Paulo tinha autoridade outorgada pelo sumo sacerdote para perseguir aos cristãos (Atos 9:14 e 26:10-12). Porém, na igreja, não se fala de nenhum crente que tenha exousia sobre outro, independente de sua posição ou prestígio. O Novo Testamento nada fala sobre um crente ter autoridade sobre outro. Temos autoridade plena sobre coisas, até sobre espíritos, mas jamais sobre outros cristãos, com exceção das passagens em 2 Coríntios 10:8 e 13:10, onde Paulo nos fala sobre ter “autoridade” para edificar, não para destruir. Isso faz parecer que, pelo menos ele, tinha exousia sobre outros crentes. É verdade que alguém tem que superinterpretar os textos, para transforma-los em um a verdadeira exceção, já que em ambos os casos não se fala de autoridade “sobre” alguém, mas autoridade “por” um propósito.

Ainda que aceitando que esta superinterpretação seja plausível, a exceção dificilmente seria verdadeira, quando levamos em conta duas coisas: primeira, Paulo, nessa parte de sua carta, está falando “como louco”, como ele mesmo admite. Ele evita reclamar autoridade sobre outros, quando fala “sobriamente” e é improvável que se sentisse satisfeito conosco usando seu “louco” discurso como base única para reclamar que os líderes da igreja tenham autoridade espiritual sobre outros crentes; segunda, o contexto da carta é caracterizado pela persuasão. O profundo significado disso ficará claro no devido tempo.
Paulo usa de muita conversa, tratando de persuadir aos coríntios a que o escutem. Se ele “tinha autoridade” sobre eles, no conceito que temos dela, então qual a razão para a preocupação? Por que simplesmente não dar as ordens e pronto? A resposta, como veremos, reside na natureza peculiar da relação entre os líderes e os outros crentes.

Porém, antes de tratarmos disso, devemos evidenciar que Paulo carecia de autoridade, no sentido com que o mundo a usa normalmente (poder moralmente legítimo), inclusive aqui onde supostamente ele mesmo o afirma. Isso nos deve prevenir bastante no sentido de não basearmos a autoridade dos líderes meramente nas duas frases em 2 Coríntios.
Agora, analisemos as coisas de outro ângulo. Em vez de perguntar quem tem autoridade no Novo Testamento, devemos fazer a pergunta oposta: “A quem deve alguém obedecer?”. A resposta também é interessante: se fizermos uso de hupakouo, que é o equivalente grego de “obedecer”, você verá que devemos obedecer a Deus, ao Evangelho (Romanos 10:16) e ao ensino dos apóstolos (Filipenses 2:12 E 2 Tessalonicenses 3:14). Crianças devem obedecer aos seus pais e servidores aos seus mestres (Efésios 6:1-5). Porém, devem os crentes obedecer aos líderes das igrejas? Se assim é, os escritores do Novo Testamento diligentemente evitaram dize-lo.
Mas, o que dizer de Hebreus 13:17, que prescreve “obedeçam aos seus guias?”. Este texto é interessante, pois ele pode oferecer-nos uma visão do lado positivo do entendimento a respeito da liderança no Novo Testamento. Até agora, coloquei ênfase no negativo – que as lideranças não têm autoridade no nosso sentido usual e que os crentes não são chamados a obedece-las. Porém, apesar de tudo isso, o Novo Testamento mostra que existem líderes nas igrejas locais, que são reconhecidos como tal e que suas existências e ministérios são importantes para a saúde do corpo.
Qual é o lado positivo desse entendimento de liderança? Em Hebreus 13:17 há uma pista. Se você examinar o verbo traduzido por “obedecei” no texto citado, descobrirá que ele é uma forma da palavra peitho, que significa “persuadir”. Na forma usada aqui, ele significa algo como “deixe-se persuadir por” ou “tenha confiança em”. Isso nos é de valia. Os crentes devem deixar-se persuadir por seus líderes. E o resto da igreja deve ser “parcial” a favor, ao ouvir o que ele tem a dizer. Devemos permitir-nos ser persuadidos por nossos líderes, não os obedecendo cegamente, porém argumentando com eles e estando abertos para o que estejam dizendo. (Agora fica claro por que era tão importante que as declarações de Paulo em 2 Coríntios estivessem em um contexto de persuasão. Ele estava tentando persuadir aos outros a se deixarem persuadir por ele).
O outro verbo usado em Hebreus 13:17 reforça essa conclusão. Quando o texto destinava-se a exortar as pessoas a que se “submetessem” aos líderes, não era empregada a palavra grega para “submeter”. A palavra normal é hupotassomai, que designa algo como alguém se introduzir em uma organização sob o mando de outra pessoa. Assim, algumas vezes somos instruídos a nos submeter aos governos (Romanos 13:1, Tito 3:1), aos papéis sociais aos quais estamos obrigados (Colossenses 3:18 e 1 Pedro 2:18) e às “instituições humanas” de nossa sociedade (1 Pedro 2:13).
A palavra aqui, porém, é diferente. Ela é hupeiko e ocorre somente aqui, no Novo Testamento. Ela denota não uma estrutura à qual alguém se submete, mas uma batalha depois da qual alguém se rende. A imagem é de uma séria discussão, um intercâmbio, depois do qual uma das partes se entrega. Isso encaixa perfeitamente com a noção de que devemos nos deixar persuadir pelos líderes da igreja, em lugar de simplesmente nos submetermos a eles como poderíamos fazer ante os poderes existentes e as estruturas da vida.

Tudo isso faz sentido, no critério de anciãos ou supervisores nas epístolas pastorais. Nesses escritos, caráter – e não carisma ou capacidade administrativa – é a coisa mais importante sobre os líderes. Eles devem ser “respeitáveis”. Se supusermos que eles devem ser persuasivos, então faz sentido que devam ser altamente respeitáveis, pois esse é o tipo de pessoa cujas palavras nos inclinamos a considerar muito seriamente. O tipo de respeitabilidade definido aqui acrescenta credibilidade à palavra dos líderes e, portanto, nos dá a confiança de nos abrirmos para sermos persuadidos por eles.
Porém, há mais. A capacidade de persuasão desses líderes depende da verdade. Provavelmente, se os líderes erram em seus julgamentos, mas estão seriamente empenhados em servir, não ficarão felizes se alguém os acompanhar no erro. Um líder que tenha carisma para fazer as pessoas acreditarem em algo que não seja verdadeiro e o faz, é verdadeiramente demoníaco. Ser persuadido de uma mentira é a pior forma de escravidão. Os líderes da igreja estão atados à verdade e a defendem acima de tudo, no seu serviço aos outros.
Essa necessidade de servir à verdade é a razão pela qual o Novo Testamento enfatiza a obediência ao evangelho ou ao ensino dos apóstolos, em lugar do ensino dos líderes. A confiança gerada pelo serviço é perigosa se não estiver coordenada com uma cotidiana obediência às verdades do evangelho. Se o busca da verdade não for a base da liderança do corpo, a verdade que se pode criar pelo serviço é outra, uma forma mais sutil de poder – o poder ao qual chamamos manipulação.
A persuasão pressupõe diálogo – e o diálogo requer a participação ativa de todo o corpo. Nosso entendimento comum de autoridade isola os líderes e os coloca acima dos que estão sob sua autoridade. A liderança de serviço genuíno, no entanto, tem suas bases no diálogo que o acompanha. Os líderes da igreja não precisam da retórica piedosa dos reis nem da força que existe por trás dela. Ao contrário, por serem persuasivos, eles podem confiar no diálogo como o campo e o canal de seu serviço.
Assim, a genuína liderança da igreja é baseada no serviço, na verdade e na confiança e não na autoridade. Líderes da igreja são chamados pela verdade que emana de suas vidas, dignas de serem imitadas e respeitadas, verdadeiras vidas de serviço. Esse tipo de vida gera a confiança dos demais. Assim, os líderes, como os demais membros do corpo, estão sempre em comum sujeição à verdade que está em Cristo.

Tradução de Otto Amaral