Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

domingo, 15 de maio de 2011

Diferença entre Espiritual e Religioso Místico


Diferença entre Espiritual e Religioso Místico

Tem muita gente por aí que se acha muito espiritual, mas que não passa de um religioso místico, metido e arrogante.

Orar vinte e quatro horas de joelhos, jejuar quarenta dias, repetir versículos bíblicos, conhecer a Bíblia de cor, ser o teólogo da atualidade, dar dízimos e ofertas, ser a estrela do louvor e da adoração, profetizar, ter visões, possuir dons de curar e de expulsar demônios não faz de ninguém um ser espiritual ou que faz a vontade de Deus.

          Pode-se ter e fazer tudo isso e ser chamado por Deus de “praticantes da iniquidade”. Pode-se fazer e falar em nome de Deus e, jamais, ser conhecido por Ele, consequentemente, nunca conhecer a Deus.

          Tudo isso pode fazer de você um místico religioso incrédulo (até crédulo) ou um teólogo ateu crente, evangélico ou não.

Um ser espiritual é bem diferente. O ser espiritual é aquele que é cheio do Espírito Santo, é aquele que possui a mente de Cristo. É aquele que foi e continua imerso na sabedoria e na revelação, é a mais humilde das pessoas porque sabe, porque é convicto de que não sabe nada ao se deparar com a sabedoria de Deus. Descobriu o sentido da obra de Cristo na encarnação e morte de cruz, é aquele que atinou que não pode se gloriar em nada, pois as obras humanas não são suficientes para salvar a própria alma.

Quando se descobre que nada, absolutamente, nada tem valor para Deus a não ser a fé no Filho e na obra do Filho, pede-se fé desesperadamente. Clama-se para que Deus acrescente mais fé, mais fé e mais fé. Clama-se por sabedoria e revelação para que se acrescente mais esperança na ressureição e na tranformação para a vida eterna.

Acho que, quando houver uma pontinha dessa experiência com o Espírito Santo, ao se perceber o quão ínfima é a sabedoria humana contrastada com a de Deus, cairemos de joelhos e nos humilharemos. Choraremos de vergonha por causa da nossa arrogância. E, quanto mais chorarmos, por reconhecermos nossa ignorância, mais Deus nos visitará e mais se apresentará a nós. Quando percebermos que o corpo carnal nos atrapalhe e que nossos pensamentos carnais nos impeçam de ver a Deus, então, sim, clamaremos como Paulo “quem me livrará do corpo dessa morte?”. Assim, sentiremos prazer ao irmos para a cruz, o mundo perderá todo e qualquer sentido. Nossa única vontade será voltar para a presença de Deus.

Logo, descobriremos que o corpo e seus prazeres efêmeros nos atrapalham, tornam-se ruídos, nos impedindo de ouvir a voz de Deus e de conhecermos Sua sabedoria. Não que não possamos ter prazer nessa vida, contudo eles serão infinitamente menores do que estarmos na presença de Deus. Isso é ser espiritual, é ser cheio do Espírito Santo, é andar na carne e não ser dominado por ela.

É muito difícil encontrarmos pessoas espirituais porque elas não aparecem, elas obedecem a Deus, fazem Sua vontade, entretanto só ficamos sabendo quem elas são por seus frutos, pois elas se transformam em “lendas”, são missionários, donos de orfanatos, voluntários em hospitais, pais, filhos e professores que inspiram; um vizinho, um amigo ou uma amiga; um colega de classe: esse alguém anônimo que faz diferença em nossas vidas porque estão cheios de esperança e as repartem conosco.

 Esses que, sabiamente, nos exortam, mas que não se acham sábios; esses que repartem suas vidas conosco sem falarem um versículo bíblico sequer, porém que dão seus ombros, desinteressadamente, para que choremos; que nos protegem e que nos defendem, até mesmo, sem saberem se estamos certos ou errados, os verdadeiros próximos, os amigos mais chegados do que irmãos que nascem na angústia e que não necessitam de orar por nós, ou conosco, porque suas vidas são orações vivas por causa do amor por Deus.

O mundo carece de pessoas espirituais e simples, que pensem como Deus pensa, pois está repleto de religiosos místicos, carnais e arrogantes, nos canais da TV e nos templos, nos congressos e nas conferências, nos livros e nos sites virtuais. Está repleto de gente que confunda espiritual com místico religioso; de gente que despreze o próximo porque quer se tornar mais famoso e perfeito do que Jesus Cristo; de gente que nunca soube e que não conhece o significado de ser espiritual, pois o que é nascido da carne, é carne e o que é nascido do Espírito, é espírito e o Espírito assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

O que é nascido do Espírito não possui vontade própria, mas descansa na vontade de Deus. Ele tem sua mente renovada para pensar como Deus pensa e experimenta a boa, agradável e perfeita vontade dEle. Ele deixa de ser para que Cristo seja nele, o mesmo que andava e que comia com publicanos e com pecadores, que não tinha onde reclinar a cabeça, porque estava ocupado demais, obedecendo ao Pai e pregando as boas novas de outro reino.

Não é nada disso que temos presenciado e visto no meio, dito, evangélico ou católico – todos amoldados aos padrões do mundo: sucesso, fama, hierarquia, títulos, casas, carros, viagens, dinheiro na Bíblia, na meia, na cueca; papado, bispado, igrejas forradas de ouro, imponentes; templos de Salomão, palcos, shows e daí por diante. Todos muito ocupados e se achando os mais “espirituais” dos “espirituais”, inatingíveis.

Espírito é pensamento, é mente, é maneira de pensar. Espírito Santo é pensamento de Deus, é mente separada do pensamento carnal e humano. Não é palpável, não pode ser visto, mas pode ser ouvido e compreendido por aqueles que nasceram de novo. É o que nos desperta para a dimensão divina. É o Pensamento que transforma o nosso pensamento e que nos torna novos seres, criados em verdadeira justiça e santidade.

As obras dos seres espirituais são consequência, são frutos que permanecem e que não necessitam de público para aplaudir, podendo até, ser de pessoas que tenham passado, despercebida e humildemente, por nós, porém que nos marcaram para a vida eterna. Podem, mesmo, parecer que são fracassados ou hereges, aqueles que morreram na arena como mártires, comidos por feras, que foram queimados na fogueira, apedrejados ou degolados, entretanto, muitos deles nos abriram espaço para que pudéssemos possuir Bíblias em todos os formatos e línguas e que nos conquistaram a liberdade para que cultuemos ao único Deus verdadeiro no local que escolhermos.

Os seres espirituais são humildes, serviçais, bondosos, amigos, próximos, caridosos, pacientes, benignos, corajosos, pacificadores, cheios de fé, equilibrados, justos e verdadeiros.

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22. Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade e justiça e verdade.  Efésios 5:9

A escolha é nossa. Podemos ser espirituais, possuirmos a mente de Cristo, ou  sermos religiosos e místicos.

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