Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Silêncio: ouro ou covardia


‎"Há ocasiões em que o silêncio é ouro, mas há outros em que é pura covardia."
John Blanchard (Cristão, pregador, professor, apologista)


Aqui vai um alerta para não seguirmos, covardemente, o caminho de Caim, que sentiu ódio contra seu irmão (Gn. 4.3-8), nem o exemplo de Balaão, que agiu com ganância, avareza e imoralidade (Nm. 22.1-35), nem a rebeldia de Corá, que se insurgiu contra a autoridade de Moisés como seu líder e pastor (Nm. 16.1-35).

O silêncio ou a passividade, dos que consideramos amigos ou irmãos e que deles se espera a proteção ou a defesa, diante de uma acusação infundada de um inimigo, dói muito mais do que a própria acusação.
Lembrando que, possuímos um advogado diante de Deus a preço de sangue, mesmo quando erramos, toda acusação, infundada ou não, é proveniente do adversário (diabo ou satanás) que nos martiriza, usando pecados já confessados e perdoados pelo Pai que nos vê na cruz juntamente com seu Filho (a pessoa do próprio  Deus encarnado).
O tal, esse acusador, só pode estar convicto de que jamais cometeu algum pecado de qualquer natureza. Portanto, é o grande mentiroso e o homicida que desde o princípio fala do que lhe é próprio.
Esse silêncio e essa passividade do amigo ou irmão possuem um peso muito maior de acusação do que as palavras de condenação desse inimigo, assim se torna pior do que o inimigo: é o traidor. É comparável à negação de Pedro e ao beijo de Judas Iscariotes.
Há dois motivos, penso eu, para que haja silêncio ou passividade, quando nos tornamos vulneráveis numa situação de difamação, calúnia, injúria e dano moral, mais propriamente, chamada de FOFOCA ou MALEDICÊNCIA, revestidos do falso moralismo patológico- sugestivo do “não conte para ninguém” e do “não fale para o acusado o que estou lhe revelando” com ares de vítima em baixo tom...


1. Nunca houve amizade, mas interesse de qualquer espécie. Pecado de Balaão. 2. O próprio (falso) amigo ou irmão  é covarde e foi o mentor ou instigador deles por inveja ou despeito. Pecado de Caim e de Corá.


Contextualização

O que é  Fofoca ou Maledicência, isto é, Calúnia, injúria, difamação ou dano moral?

Calúnia
Imputação (atribuição) falsa de um fato criminoso a alguém.
É necessária a descrição do falso crime. Se não provar o que disse, está cometendo uma calúnia. Mas sem conseguir provar, caracteriza injúria, não calúnia.
Difamação Consiste em ofender a reputação de alguém.
Ao contrário da calúnia, aqui não há necessidade provar que os fatos são falsos. Ex.: alguém afirma que viu Fulana se prostituindo na noite anterior. Mesmo que tenha feito isso, ela pode processar o autor por difamação, pois houve a descrição do fato desonroso. Para haver processo, as ofensas precisam ser dirigidas a uma vítima determinada.
Injúria Qualquer ofensa à dignidade de alguém.
Na injúria, ao contrário da calúnia ou difamação, não se atribui um fato, mas uma opinião. Em geral, o crime é representado pelo uso de palavras fortes, como “ladrão”, “idiota”, “corrupto” e expressões de baixo calão. O crime de injúria pode levar a uma pena ainda maior, se praticado com elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem.
Dano moral
Caracteriza-se por uma violação ao direito de alguém.
O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem a sua liberdade, a sua honra, a sua saúde (mental ou física), a sua imagem.
Note-se que quando são mencionados na legislação os termos intimidade, vida privada e honra, a referência é à vida particular do indivíduo (que somente a ele lhe diz respeito), e a ele é garantido o direito de tornar públicas ou não suas informações ou acontecimentos ocorridos.
A oportunidade da reparação do prejuízo por dano moral é gerada na hipótese de o indivíduo entender que foi lesada  sua privacidade, pelo fato de suas informações ou acontecimentos terem sido tornadas públicas por conta de terceiros.
Na difamação, imputa-se a uma pessoa uma determinada conduta que macule a sua honra perante a sociedade, sem que essa conduta seja definida como ilícito penal. Não importa se a conduta imputada seja ou não verdade, a mera imputação já configura o delito em questão.

Na injúria, por sua vez, imputa-se ao ofendido uma conduta que não macula sua imagem perante a sociedade, mas que lhe ofende a própria honra subjetiva.
Diz-se que a denunciação caluniosa é uma calúnia qualificada, pois estão presentes todos os elementos da calúnia (imputar, falsamente, a outrem um delito). O autor desse crime transmite à autoridade o conhecimento do fato criminoso e de seu autor, tendo conhecimento que a imputação lançada é falsa. Essa imputação dá ensejo a instauração de procedimento competente,  seja policial, judicial e até administrativo e, ao final, quando reconhecida a inocência do imputado ou a impropriedade da acusação, o resultado habilita o agente acionado a ingressar com a ação de denunciação caluniosa.

Concluindo, o orgulho invejoso de Caim, ao rejeitar a soberania e os planos de Deus para uma certa pessoa e não ela; a ganância  interesseira do profeta Balaão, ao se tornar um mercenário (troca de fofocas e de intrigas) em nome de Deus; e a rebelião invejosa de Corá (não aceitação de que uma certa pessoa seja mais influente e que possua uma função que desperte mais atenção do que a dela), ao se tornar inimigo de Moisés, podem, ainda hoje, destruir muitas pessoas que não se arrependem de males que causam a amigos, irmãos e ao Reino de Deus (Judas 11).


Um comentário:

  1. Compartilho do mesmo entendimento. Certamente a omissão de um amigo dói mto mais do que a falação do outro. Gosto demais das conexões que você faz e ainda teve aulinha irretocável de direito! Qtos criminosos existem por aí e se disfarçam de ofendidos, injustiçados ou se escondem atrás de um "papel de autoridade". Que Deus nos conceda humildade, quebrantamento e capacidade de se autoexaminar com sinceridade sempre! Beijos

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