Certa vez, conheci uma pessoa que me foi muito especial. Não digo que foi, pois meu amor por ela não mudou.
Fiz de minha morada, a dela. Ela possuía livre acesso à geladeira e ainda reclamava do tempero, o que considero intimidade. Quando temos liberdade assim, somos parte da família.
Foram alguns anos de intensa convivência e de amizade. Ela debruçava sua cabeça no meu colo e eu acariciava seus cabelos. Reparti com ela o que pude e o que estava ao meu alcance. Amei-a com as entranhas da minha alma.
Porém, quando andei pelo vale da sombra da morte, ela me deixou sem dizer adeus. Ficou brava, nervosa e indignada. Não compreendeu minha dor. Virou as costas e foi embora, levando na mochila seu notebook, seu celular, seu emprego, seus amigos e seu namorado.
Não fiquei decepcionada com sua atitude porque filhos são amados incondicionalmente. Sempre me lembro dela com muito carinho e muita saudade.
Se ela, um dia, voltar, será recebida de braços abertos. Colocarei no seu dedo o anel que lhe pertence e mandarei matar o bezerro cevado. Será recebida como rainha; não me lembrarei de nada, porque não me lembro. Festejaremos seu retorno como família.
Entretanto, de fato, constatei que servir, ser sincera e vulnerável (nessa era individualista e egocêntrica) pode ofender!
Sendo assim, deixarei de servir? Jamais!
Esse foi o exemplo que o Pai deu: recebe de braços abertos, sempre, o filho pródigo...
Observação: a personagem é a soma de várias pessoas.
Observação: a personagem é a soma de várias pessoas.
Lindo!
ResponderExcluirNossa... é muito dificil deixar o coração aberto mesmo após sermos abandonados, parabens pela lição de amor.
Bjs Mari Herman
Oh my God!!!
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