Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

domingo, 20 de março de 2011

EM LIBERDADE CONDICIONAL

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão... Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? Essa persuasão não vem daquele que nos chama. (Excerto da carta de Paulo aos habitantes da Galácia).
Para a liberdade? Infelizmente, não é bem isso que vivemos quando decidimos fazer parte de alguma instituição eclesiástica.
O que se vê, na prática, é: se o líder vos libertar, estareis em liberdade condicional.
E quais são as condições?
1. Ninguém poderá questionar o comportamento do líder;
2. Ninguém poderá fazer nada sem o consentimento do líder;
3. Todos deverão ler os manuais e segui-los à risca e nunca pedir ao Espírito Santo, a instrução;
4. Se alguém estiver evangelizando outros, todos eles deverão fazer parte da instituição;
5. Os novos convertidos só poderão ser batizados, no batistério, pelo pastor, bispo ou apóstolo, após fazerem o curso de catecúmenos, vestidos de túnica branca cujo batismo será agendado pela secretária; em seguida deverá esperar pela próxima ceia que ocorrerá num momento solene, servida em cálices minúsculos com suco de uva e micro pedaços de pão de forma;
6. Todos devem reconhecer a hierarquia: apóstolo, bispo, ministro, pastor, presbítero, diácono, evangelista, líder de ministério, líder de louvor, de pequenos grupos etc. etc. etc.;
7. Todos devem seguir o plano de carreira estabelecido acima;
8. Jamais questionar a falta de liberdade e a falsa amizade;
9. Jamais questionar ou criticar o modelo;
10. Caso algo aconteça, não serão aplicados os ensinos de Jesus, somente, as regras arbitrárias do conselho eclesiástico;
11. Se houver testemunho contra alguém, ele não poderá saber quem são as testemunhas (claro deve-se preservá-las);
12. O líder nunca erra – infalibilidade papal, logo nunca voltará atrás ou pedirá perdão;
13. Se houver desvio de verba do dízimo, para comprar casas, terrenos, carros para o líder e tudo mais, finjam-se de cegos;
14. Estão todos proibidos de amar o próximo como a si mesmos, e de fazer para os outros o que desejariam que fizessem a si mesmos;
15. Se alguém não possuir o discurso ou o comportamento da massa, deverá ser disciplinado;
16. Se acontecer mais de uma vez, será reincidência, pois já possui antecedentes; perderá o ministério, desculpe, o cargo e voltará para a prisão, pois está em liberdade condicional. Seu castigo servirá de exemplo a todos;
17. Todos ficarão proibidos de visitar ou telefonar para o réu, afinal, é má influência;
19. Todos devem aplaudir de pé toda e qualquer atividade proposta pelos ministérios, mesmo as mais esdrúxulas;
20. Os que fazem parte da panela da cúpula e que falam o que o líder quer ouvir, serão os Escolhidos;
21. Obedeçam as doutrinas impostas pelo Canon da denominação; jamais leiam a Bíblia, pois ela pode lhes abrir os olhos.
22. Coloquem em prática o que o líder mandar, porém ele não dará o exemplo – está acima do bem e do mal e é mediador entre Deus e os homens;
23. O lazer é proibido. Todas as atividades recreativas estão ligadas à institução. Será muito comum o sentimento de culpa por causa da diversão;
24. Os assalariados da instituição, ou seja, a elite 'espiritual' terá direito a descanso e férias remuneradas. Os que trabalham secularmente, serão cobrados por não participarem de todas as atividades locais e,  se viajarem de férias, serão criticados;
25. Aquele que não usar as devidas personas evangélicas  não poderá ser membro, afinal, a esquizofrenia espiritual é a normalidade;
26. Todos deverão aprender o "crentês"; quem não souber falar corretamente, correrá o risco de ser mal interpretado;
27. Dever-se-á usar o título e não exercer a função. Os pronomes de tratamento para os inferiores serão: irmãozinho(a) e amadinho(a);
28. Sua santidade nunca poderá conversar com os míseros humanos, ele entrará no palco depois e sairá antes, claro, bem guardado pelos seguranças porque é celebridade. Vai direto pro camarim e de lá para o seu jatinho: tem muitos compromissos pelo país afora;
29.  E, assim por diante... voltando à Idade Média – à Era das Trevas: Igreja e Estado governam juntos e todos enriquecem;
30. Quem cuida dos órfãos e das viúvas?!

Se o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.

2 comentários:

  1. é a triste realidade!..acho q é um dos motivos pelos quais na Bíblia está escrito que cada um de nós é a igreja!..porque se olharmos para a instituição igreja....já está falida! dependemos um dos outros para mantermo-nos em Cristo.

    É bom ver que mais uma pessoa tem a coragem de falar a verdade!

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  2. O que aconteceu com os antigos líderes, que nos inspiraram? Por que não formaram líderes como eles? Será que nós estamos formando futuros líderes diferentes dos que vemos hoje? Discernir o momento não é mérito nosso, mas do Espírito. Se enxergamos a realidade espiritual, devemos tomar alguma atitude. Pelo menos, influenciar quem está ao nosso redor!

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