Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O AMOR DE MUITOS JÁ ESFRIOU?


Relendo o evangelho de Mateus no capítulo 24 versos 10 a 14

 Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;

após escutar a música "as ovelhas e os bodes"mais uma vez, não pude deixar de manifestar minha indignação:
Certo dia uma pessoa me contou que viu uma conhecida caída no chão ao ir para o trabalho. Como ela sempre leva consigo um lanche extra para ofertar a moradores de rua, ao se aproximar de uma moça, reconheceu como sendo uma pessoa que frenquentava a mesma igreja que ela. Preocupada, pois não sabia o que fazer, já que não poderia levá-la para sua casa, resolveu telefonar para essa instituição eclesiástica pedindo ajuda.
Após contar a história para a secretária que a atendeu, essa respondeu a ela que a igreja não poderia ajudar, pois não possui o ministério de cuidar de necessitados abandonados pelas ruas. Disse que seria muito perigoso recebê-la porque esse tipo de pessoa pode roubar as carteiras dos membros da igreja (fato já ocorrido anteriormente).

Então, eu me pergunto: qual ministério essa igreja possui (ou quais ministérios) em que não cabe socorrer os aflitos, os doentes, os drogados, os necessitados. Que papel ela exerce na sociedade, se não contempla o ‘obedecer os preceitos de Cristo e seguir os Seu exemplo’ - E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava. (Mateus 4:23 e 24).

O que percebo é que a igreja, ou seja, a instituição, pois a igreja é de Cristo, está mais preocupada com seus membros e em entretê-los do que cumprir seu papel. Seus ministérios são de louvor, de música, de dança, de crianças, de jovens, de adolescentes, de casais etc. Entretanto, o ministério de ir, de sair, de receber, de atender os cegos, os coxos, os doentes, os órfãos, os drogados, os moradores de rua, dá muito trabalho e é perigoso, porque coloca em risco o bem estar dos membros e pode atrapalhar o “culto”. As roupas e sapatos usados,  doados pelos membros, sobram e ocupam espaço – ninguém sai pelas favelas para distribuí-las, ninguém mais tem  coragem de amar e de se doar como Jesus fez, sem esperar nada em troca.

A instituição está tão  preocupada consigo mesma que nem enxerga que está dormindo na luz, conforme Keith Green cantou e narrou em suas músicas (já postadas nesse blog – “Asleep in the light” e “The sheep and the goats”). Ela se tornou um fim em si mesma, um clube de crentes, preocupados com suas próprias necessidades e temores.
O mais triste, ainda, é saber que outras instituições não eclesiásticas estão, efetiva e eficazmente, exercendo de forma brilhante esse papel que caberia à igreja.

As evidências de que o amor esfriou são duas: a arrecadação desenfreada de ofertas em nome de Deus para encher o bolso dos líderes e a omissão carregada de desculpas.

Tiago, o irmão de Jesus, disse em sua epístola: Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não teve misericórdia. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta do alimento cotidiano e alguém de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não vier acompanhada das obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: tu tens a fé e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras e eu mostrarei a fé pelas minhas obras.

Ou seja, ama! Live the Life (também já postado aqui); vive o evangelho com atitudes que demonstrem amor sem palavras! As palavras, hoje, estão banalizadas. As pessoas buscam exemplos, buscam colher figos, mas a figueira não produz frutos (Mateus 21:19). 
Ou esse, também, não é o teu ministério?




2 comentários:

  1. Cara Sidoaka!

    Realmente o amor já se esfriou a muito tempo, se é que ele existe ainda?

    Na verdade as instituições já perderam a tempos, vez que não cumpre seu verdadeiro papel, que seria servir: acolher os pobres, rejeitados, desabrigados, viciados, e muitos outros que temos na nossa sociedade atual.

    Só para você ter uma noção: a doações que recebemos para servir a esse tipo de pessoas acima descritas, não tem lugar para guardar e fica jogado na igreja com total descaso.....perecendo, sem contar as infinitas reclamações que ouvimos dizendo que as doações estão atrapalhando a "estética da igreja".......nos intimando a retirar as coisas com urgência.
    O que deveria ser motivo de alegria e honra saber que tem pessoas que se preocupam com a escória da sociedade e ajudam trazendo suas doações.
    Aqui fica a minha indignação: qual seria o verdadeiro papel das instituições na sociedade?

    ResponderExcluir
  2. ... não herdarão!

    déia

    ResponderExcluir