Os princípios verdadeiros podem ser bem diferentes dos nossos ...

Os princípios verdadeiros pelos quais devemos viver podem ser bem divergentes dos que cremos, podendo ser sofismas inventados pelos homens: sombras da verdade ou fragmentos dela.
A identidade do homem é construída por meio de certos contextos sociais, culturais e históricos, porém o Eterno está no contexto da humanidade absolutamente. Quando atinamos com isso, passamos da morte para a vida.
Nesta página poderemos refletir e argumentar, para descobrirmos se estamos vivendo a VERDADE, essa que é absoluta e que não depende de quaisquer pontos de vista.







"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles

Vivemos eternamente adquirindo convicções novas e num eterno trabalho de reeducação de nós mesmos.
Mário de Andrade

sábado, 21 de janeiro de 2012

Cultura de massa ou obra-prima?

Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim;
Em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições.Marcos 7:6-7,9

Não estou triste não. É uma decepção consoladora. É uma constatação da fragilidade dos conceitos humanos mais uma vez.
Sonhamos com a perfeição, mas esquecemos de que o aperfeiçoador é Deus, o verdadeiro Pai e de que o verdadeiro cristão é Cristo. Que mesmo o próprio Jesus aqui na terra não se deixou chamar de bom. Bom é Deus que está nos céus.
Como o vento ou a areia que escorre entre os dedos, nos deparamos com aquilo que se parece fracasso, porém é aprendizado ou, quem sabe, até vitória.
No afã de seguir as regras, que aos nossos olhos, enganosos, são divinas, seguimos tradições e filosofias - modo de vida e de pensar - que são mandamentos e/ou sonhos, projetos de vida de terceiros que se impõem hierarquicamente sobre nós.
Muito bem conceituado por Umberto Eco, o Kitsch, que é um termo de origem alemã (verkitschen) e que é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores a sua cópia existente e que também são, frequentemente, associados à predileção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, ou seja, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada. E dentro desse conceito de cultura de massa medíocre, nós nos tormamos "kitsches cristãos", achando que, ainda por cima, temos o direito de acusar os outros ou,  até mesmo, de culpar a Deus por nossas escolhas erradas. Agimos muito e oramos muito pouco, esperamos, menos ainda, pelas obras que Deus preparou para que andássemos nelas.
 Nas bodas de Caná, o vinho acabou e Jesus tomou das talhas usadas para a purificação e as usou como depósito de vinho: uma verdadeira aberração para o cristianismo institucionalizado de hoje. Isso sem mencionar que curava no sábado e que não apedrejava mulheres adúlteras. Que não se deixava idolatrar, quando a multidão crescia, indo se refugiar no monte para orar ao mesmo tempo em que não despedia ninguém vazio. Ele não se deixou influenciar pela cultura de massa de sua época. O que é óbvio... Ele iluminou com a VERDADE e com a VIDA e foi o exemplo: o CAMINHO.
Acontece, então, que, tendo os olhos abertos, entendemos que o fracasso não está no querer fazer ou sonhar ou planejar algo que não atende as nossas expectativas. O fracasso está na percepção de que não paramos para perguntar para Deus se era isso mesmo que Ele desejava que fizéssemos, embora, dentro do que chamam de cristianismo, mas não de evangelho do Reino, e avalizadas pelos padrões e cultura evangélico-eclesiásticas moralistas de massa.
 E, esse é um excelente fracasso, pois nos leva a entender que podemos recomeçar da maneira correta, a fim de nos tornarmos verdadeiras obras de arte que glorificarão a Deus.
Se fôssemos usar os preceitos humanos para classificar como fracasso ou vitória a crucificação de Cristo, seguido pelos atos dos apóstolos, com certeza, classificaríamos como fracasso. Entretanto, o maior fracasso de Cristo foi vencer a própria morte na cruz. E as perseguições dos cristãos, a expansão do evamgelho até aos confins da terra. Todos fracassaram sob a ótima humana.
Se eu fosse olhar para a minha vida, segundo os mesmos preceitos humanos, poderia considerá-la um fracasso, um verdaeiro kitsch, como mãe, como esposa, como profissional e como membro de uma instituição eclesiástica. Contudo, se para mim mesma e para alguns sou um kitsch,  quem sabe, se para Deus, eu não seria sua obra-prima?
A resposta é única: ainda bem que somos uns fracassados, pois é dessa forma que pelo sangue e pela graça nos tornamos obras-primas se e, somente se, admitirmos nossa culpa e entregarmos nossos planos para que Deus decida se são bons ou ruins e Ele os coloque em prática ou crie outros melhores.

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